A viagem

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A idéia desta viagem é antiga, desde muito novo sonho em conhecer o Oceano Pacífico. Mas com o tempo percebi que meu sonho poderia ser expandido…
Já conheci muito da América do Sul, a passeio e até profissionalmente, qual o motivo de não desbravar me aprofundando na cultura?
Nem falo apenas na cultura de outros países, mas na cultura dos brasileiros de outros Estados.
Mas a experiência de ser turista tradicional não me anima, preciso de mais, mais cheiros, visões, gostos… enfim, mais adrenalina.
Viajar de moto nos faz sentir tudo, perceber mais as coisas, ter mais atenção… é sentir mais vida!
A ideia era mesmo que “Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir” – Amyr Klink
Para tanto precisaria de companhia, pois uma empreitada dessa não poderia ser solitária.
Aí aparecem aqueles insights que a vida nos trás, não acredito em acasos…
Meu sonho quase acabou quando no ano passado fui assaltado e esfaqueado! Foi barra, me fez repensar muita coisa… precisei diminuir a velocidade de tudo.
Passei por cirurgia para reconstituir os tendões do braço direito, o futuro estava incerto no que diz respeito ao movimento da mão.
Voltei para minha cidade e, apoiado por minha família, logo que pude comecei a fisioterapia e terapia ocupacional.
Nas sessões descobri que o marido da minha TO tinha o sonho de aventurar de moto, poxa, ali arrumei o parceiro.
Nem lembrei que naquele momento não tinha o movimento do membro… isso foi ótimo! Primeiro fato interessante.
O outro foi que um dia, eu de braço na tipoia vi uma Tenerè 250 novinha parada em um estacionamento. Comentei que aguardaria me restabelecer e ‘um dia’ comprarei uma dessas.
Meu pai ouviu e nada falou, na tarde deste mesmo dia me convidou para uma saída. lembro de estar atabalhoado (afinal trabalhava digitando com uma mão apenas), mas concordei.
Qual não foi minha surpresa quando pediu que parasse próximo à Concessionária Yamaha de Guaratinguetá, maior surpresa, quando entramos determinou que escolhesse qual cor eu queria…
Fiquei pasmo, não porque meus pais não fossem deste tipo de surpresa, mais pelo motivo que sempre foram contra motos. Como se não bastasse, eu estava com poucos movimentos na mão!
Incrivelmente, o gerente da loja – sabendo de minha condição, me deu a sua Tenerè para pilotar e fazer o ‘test drive’.
Depois daquele dia soube que tinha mais motivos para me restabelecer e buscar o mais rápido possível utilizar a mão direita.
A partir dali percebi que teria de alargar meus horizontes, suplantar o trauma do assalto.
Tinha todo o apoio daqueles que mais interessavam pra mim, OS MEUS!

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